Título: Corações Ressuscitados;
Autor(a): Shana Conzatti;
Editora: (Publicação Independente);
Número de Páginas: 298;
Ano de Lançamento: 2014.
Livro no Skoob


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Laís lutou parte da vida para manter seu doente coração vivo, a esperança renovada com o transplante. Cauã agarrou-se a um amor de infância e fechou-se para o novo. Johann perdeu o amor pela vida após envolver-se em uma tragédia. Três corações doentes, magoados, culpados, inseguros, solitários que desaprenderam a bater. Poderão ressuscitar o amor e a felicidade? Descubra como esses corações se interlaçam e reagem ao ler essa deliciosa história de amor e superação.

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Minha Opinião: 

Em Corações Ressuscitados, somos apresentados à três personagens inicialmente distintos, mas cujas histórias estão para se cruzar de alguma forma. A primeira delas, Laís, é uma jovem cujo coração já estava fraco e doente, mas que recentemente ganhara a esperança de continuar a viver após um transplante. No outro extremo, temos Cauã, um rapaz já adulto que se vê preso a um amor de infância, por acaso, Laís, e que lamenta a falta de preocupação ou atenção dada pela mãe à ele. Por fim, mas não menos importante, conhecemos Johann, um homem na casa dos trinta anos que, após perder o amor de sua vida em uma tragédia, por muito pouco não comente um suicídio. A seu modo, cada um desses personagens carrega um peso em seu coração por um passado sem volta ou um presente duvidoso, mas, aos poucos, terão seus corações renovados ao cruzar de suas histórias.

“Tem horas que fingir que tudo foi esquecido e superado tem um efeito menos desastroso.”

Baixei esse livro despretensiosamente na Amazon, e não sabia bem o que esperar da história. Três personagens que se cruzam no caminho da vida, e cujos corações estão mais do que magoados e pesados, é o que a sinopse promete, mas, felizmente, a história em si vai muito além disso. Retratos de histórias à caminho do amor e da superação de seus conflitos, internos ou externos, a leitura é intercalada entre os pontos de vista de Laís, Cauã e Johann, e podemos conhecer mais a fundo o que se passa no interior de cada personagem e todos os sentimentos e motivos que os levaram a agir de determinada forma e serem do jeito que são.

“[...] há momentos em que só um choro quase selvagem pode trazer de novo a coragem.”

Já no prólogo, somos apresentados, mesmo que indiretamente, ao desfecho de toda a luta de Laís com um coração que já não mais aguentava bater, e a feliz conclusão da operação com um transplante de sucesso. Então passamos para o primeiro capítulo, já focado em Johann, saindo da clínica onde permaneceu internado por algum tempo após quase cometer suicídio, e seu então retorno à vida e ao trabalho, muito embora, por enquanto, não como o grande cirurgião que costumava ser requisitado e admirado. Passado mais um capítulo, encontramos com Cauã, e conhecemos o personagem com espírito aventureiro e com alto teor de adrenalina correndo pelas veias, e fortemente apaixonado pela amiga de infância, Laís, com quem conversava frequentemente via internet.

“- Pensar no ‘Se’ é apenas torturar-se. O ‘Se’ não existe. O que aconteceu foi horrível, infelizmente, mas sem volta. Agora, só nos resta aprender a viver em paz apesar de tudo.”

Nesse ponto da história, logo de início, fica claro para o leitor que o coração que mais sofre em toda a trama é o de Johann, pelo simples fato de ser rodeado por uma tragédia, lembranças e sentimentos tão intensos e angustiantes quanto o dos demais. Todavia, o drama interno de Laís e Cauã continua valendo e tendo seus respectivos pesos. Laís, desde então, sempre foi uma garota mais alto-astral, ou pelo menos essa foi a imagem que ela assumiu perante a dor enfrentada pela mãe em suas internações e demais problemas ocorridos durante a má fase de seu coração. Cauã, por sua vez, permanece mais no conflito interno do primeiro amor, que almeja por ser, enfim, aceito amorosamente por Laís, e, mesmo que indiretamente, também ganhar um pouco da atenção da ausente mãe, que mais vive no trabalho.

“- Os opostos se atraem, não é o que as pessoas costumam dizer?
- Atraem-se, mas repelem-se em seguida.”

Apesar de ter me envolvido bastante com a leitura e ter gostado muito dela, confesso que gostei bem mais de acompanhar a história de Laís e Johann. Não sei, mas o Cauã totalmente fugiu do que eu esperava dele no início e, ao longo da história, se mostrou um personagem muito mais despreocupado com a vida e que só sabe viver de adrenalina e mulheres. Ponto. Parou por aí a minha simpatia pelo Cauã. A imagem que a Laís descrevia do amigo era tão simples que eu fiquei realmente surpresa ao perceber a real personalidade do rapaz, e em muitos momentos desgostei imensamente dele. Mesmo pensando na Laís ele ainda conseguia se envolver com outra mulher e, francamente, o achei um verdadeiro idiota nesses momentos. No fim das contas, o amor que ele dizia inicialmente sentir pela Laís não me convenceu e o acho totalmente desmerecedor do amor dela.

“[...] a vida sempre nos surpreende com alguns buracos. Se estamos distraídos, caímos e ficamos frustrados, com raiva ou com medo. Devemos focar-nos em pensar como vamos sair dos buracos. Na maioria das vezes, precisaremos nos esforçar sozinhos e, em outras, alguém vai nos ajudar.”

Mas, agora, focando na própria, devo dizer que simpatizei muito com ela, pelo seu espírito gentil e carinhoso com todos, apesar de todos os percalços que já enfrentou - e continua a enfrentar, eventualmente - em sua vida, dentre as quais algumas perdas foram desgastantes e dolorosas. No auge dos seus vinte e poucos anos, ela se mantém com um sorriso no rosto, ultrapassando os obstáculos sempre com o apoio incondicional da mãe, a quem tanto ama, e percebemos que, apesar de ela ter adotado essa personalidade mais sorridente para tentar compensar a mãe nos momentos de dor, sua alegria se mostra sincera de alguma forma, e ela acaba por cativar todas as pessoas ao seu redor, além de incentivá-las, indiretamente, à procurarem a felicidade. Uma delas, claro, é Johann, que apesar de tentar se mostrar indiferente e se distanciar ao máximo da moça após conhecê-la em um dia rotineiro no hospital, não consegue se manter distante por muito tempo e logo mais enxerga nela o porto seguro que, mesmo inconscientemente, ele procurava. Nesses momentos, é simplesmente incrível ver a relação deles ser construída aos poucos com as insistências e permanências dela ao redor do médico, ver o sentimento de conforto nascer entre eles, e logo mais uma grande amizade, que, consequentemente, poderá evoluir para algo mais, colocando os sentimentos da garota em xeque entre o médico e o melhor amigo.

“[...] nunca deixe de pensar que sempre tem uma maneira de voltar à superfície. Se desistir e se mantiver no buraco por comodidade, nunca irá conhecer as outras planícies maravilhosas que estão adiante.”

No fim das contas, Corações Ressuscitados é um livro que cumpre com o seu objetivo, e transmite ao leitor uma bela história de superação e amor por parte de Laís e Johann, que brilharam intensamente durante toda a leitura. Cauã, por sua vez, como já disse, não me agradou tanto, mas ele também teve sua importância na história, e teve a chance de reconhecer o que realmente importava para ele em sua vida. A narrativa também não deixa a desejar; Shana Conzatti escreve tão delicada e suavemente bem que a leitura avança sem qualquer problema. Uma leitura certamente imperdível para os fãs de romances e histórias de superação.

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Um Comentário

  1. Olá, Sâmella. Deparei-me hoje com sua resenha e amei. Obrigada por sua opinião sincera e amorosa. Colocarei sua resenha como referência na página do livro em meu blog. Abraços, Shana Conzatti.
    http://shanaconzatti.blogspot.com.br/

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