Título: O Garoto dos Olhos Azuis;
Trilogia: Encantados #1;
Autor(a): Raiza Varella;
Editora: Pandorga;
Número de Páginas: 376;
Ano de Lançamento: 2016.

Foto:
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O príncipe encantado existe?
Bárbara é linda, loira e bem-sucedida. Desde que assistiu a uma cerimônia de casamento pela primeira vez, ainda criança, seu sonho é apenas um: percorrer o tapete vermelho da igreja, vestida de noiva. Porém, contrariando todas as suas expectativas, ao ser abandonada no altar, a vida de Bárbara desmorona. Ela decide voltar à cidade natal e passa a viver com os irmãos e mais dois amigos. Todos homens. Com a ajuda de Vivian, uma espécie de Barbie Malibu, Bárbara tenta superar sua decepção amorosa recente e uma da adolescência, que volta com tudo à sua memória: o garoto dos olhos azuis. Será que o cavalo branco só passa uma vez? É isso que Bárbara vai descobrir com bom humor, jogo de cintura e uma pitada de neurose, em O Garoto dos Olhos Azuis, romance de estreia de Raiza Varella.

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Minha Opinião:

Já havia muito tempo eu ouvia os mais diversos elogios aos livros de Raiza Varella, sua trilogia Encantados em especial, e ainda que eu inicialmente não tivesse tanto interesse na leitura, acabei ficando curiosa em conferir de perto o porquê de tanto amor por parte dos leitores e, agora, trago a opinião completa da primeira leitura da trilogia, O Garoto dos Olhos Azuis que centraliza na história da filha caçula dos Bittencourt, Bárbara, na busca por seu príncipe encantado, ou, ao menos à princípio da trama, prestes a concretizar o seu conto de fadas em um verdadeiro sonho de casamento com o então noivo, Miguel, até ser abandonada no próprio altar após ele alegar não amá-la mais e, sim, estar apaixonado por uma de suas amigas, Manoela. Transtornada e abalada pela traição de ambos, coloca o apartamento em São Paulo à venda e volta para a casa dos pais temporariamente, até se firmar de vez no apartamento onde os irmãos mais velhos moram com um outro amigo em Florianópolis, rumo a recomeçar a própria vida após a desilusão de outrora.

Logo ao início percebi que O Garoto dos Olhos Azuis vai além de um simples romance e, por muitas vezes, tem traços de chick-lit devido à comédia tão naturalmente presente no enredo entre os seus personagens. Já nos primeiros capítulos, apesar da desilusão e do choque sofrido pela Bárbara ao ser abandonada no altar, o bom humor logo dá às caras com a família pra lá de única e imprevisível da moça. À começar pela avó, dona Eva, uma senhora simpática e romântica que não hesita em puxar a orelha dos netos quando é preciso, principalmente no quesito de relacionamentos amorosos por ser uma fervorosa defensora da figura do 'príncipe no cavalo branco'. Após ela, a filha, Cristina, e o marido desta, então pais da Bárbara, também são igualmente dinâmicos e com personalidades fortíssimas na trama, perdendo apenas para as figuras propriamente mais irritantes e ao mesmo tempo divertidas e cativantes - a seu modo, claro, rs - da história (após dona Eva, aliás): Augusto e Gustavo, irmãos da Babi, o primeiro um verdadeiro grosso e mulherengo que atende pelo apelido familiar de Monstro, e o segundo um verdadeiro romântico e dono de uma sensibilidade e carisma que cativam a qualquer um sem esforços, apelidado como Mala, mas que, juntos, por maiores que sejam as diferenças de personalidade, não hesitam em defender a irmã caçula e, nesse caso, brigar com o noivo traíra.

“— Não escuta o que ela falou. Eu sei que, um dia, alguém vai notar você. — Então ele abriu o sorriso mais lindo que eu já tinha visto, o que me fez lembrar daquele noivo de muitos anos atrás, que não chegava nem aos pés do meu garoto dos olhos azuis.”

Fazendo parte de uma família dessas, naturalmente Bárbara também não seria a típica mocinha convencional dos romances e, ainda que ela eventualmente tenha seus dramas e se abale por um acontecimento ou outro, ela é tão ativa, forte e, por vezes, sem papas na língua quanto seus genitores e seus irmãos. A então advogada criminalista, como a própria profissão pede, pode não ser uma pessoa essencialmente centrada o tempo todo, mas repara nos detalhes de tal forma a não deixar nada passar quando é preciso encurralar alguém - principalmente os seus irmãos. Portanto, ainda que com uma certa resistência dos pais após o abalo sofrido por ela no casamento, ela logo vai viver a vida em Florianópolis, em um apartamento apelidado de chiqueiro pela mãe, que apesar de abrigar três homens de uma vez só, não é tão desarrumado ou descontrolado como se espera, ainda que ela não deixe de colocar uma certa moral ao mudar-se para o lugar e colocar os próprios moradores nos eixos também, batendo um pouco de frente, porém, com Ian, principalmente após quase não deixá-lo entrar no apartamento ao mudar-se para ele, uma vez que não o conhecia ainda.

Amigo de longa data principalmente de Augusto e médico cardiologista como ele, Ian Vitorazzi é um rapaz centrado e um tanto quanto sério e mais responsável do que os outros dois moradores, sendo, inclusive, o dono do apartamento, mas também tendo sua cota de bom humor eventual quando longe da correria do hospital. Mulherengo como Augusto, ainda que um tanto menos que ele, seguia a vida sem assumir muitos compromissos em relacionamentos, até se deparar com Bárbara e relembrar um incidente do passado que por muito tempo persistiu em sua memória e que ele gostaria de esquecer por não ter tomado uma atitude real quando tivera a chance. Mas a primeira impressão que tem com a nova moradora ao retornar de um congresso e encontrá-la em sua casa, mesmo tendo sido avisado sobre ela pelos amigos, é um tanto conturbada após ela roubar o tão precioso sorvete de café que até então ele proibia qualquer um na casa de comer que não fosse ele.

É assim que, entre altos e baixos, dá-se início à relação de dois personagens que, o que possuem de cativantes, também possuem de teimosos, porque não são poucas as vezes em que batem de frente um com o outro à princípio, tanto por Bárbara não estar mais disposta a ficar calada ou levar qualquer desaforo, por menor que seja, para casa, como por ele próprio também não ser muito paciente e passivo ao lidar com pessoas com uma personalidade tão ativa como ela. Ainda assim, antes que eles se deem conta, já estão deixando-se levar pelos sentimentos novos que os cercam, rendendo cenas ora suspirantes e apaixonantes, ora divertidas e cheias de risadas, por entre, também, alguns eventuais conflitos típicos de qualquer romance, principalmente tendo personagens como Camila, moradora do mesmo prédio que já ficara com Ian no passado, e que não pretende deixar Bárbara conquistá-lo para si. Nesses momentos, mais perto do final, por mais que eu tivesse gostando muito do romance e do casal propriamente dito, percebendo a química inegável mais o companheirismo natural entre eles, não pude deixar de me irritar por vê-los, em especial a Babi, caindo tão facilmente em uma armadilha que só não era mais óbvia porque não tinha uma placa em neon anunciando isso, que acabou por desestabilizar o casal já nos quarenta minutos do segundo tempo e me fazendo ter vontade de jogar a protagonista pela janela, mas, enfim...

“— E você, sabe quanto é perfeito?
— Estou longe de ser perfeito — respondeu, mudando de expressão —, mas eu tentaria ser por você.”

Como já falei, também, o início da história já deixa claro o clima de bom humor em meio ao enredo e, através da narrativa mais que fluida e envolvente de Raiza Varella, não demora para a história avançar e nos vermos cada vez mais presos nela, sem vontade de largar até chegar o final. Como se os protagonistas não fossem naturalmente ativos e cheios de personalidade, nunca deixando a leitura cair em monotonia, os coadjuvantes são um show à parte. Quem me conhece sabe que eu particularmente valorizo muito autores que dão atenção, depois dos protagonistas, aos secundários também, e é o caso de Raiza ao dar tanto enfoque e desenvolver cada um dos amigos e irmãos dos protagonistas como se eles também fossem tão importantes quanto, e, na verdade, de certa forma, eles são mesmo, porque por diversas vezes são eles quem impulsionam Bárbara e Ian a agir quando a insegurança lhes abate ou eles não enxergam algo crucial diante de seus narizes, gerando mais drama e, ao mesmo tempo, mais comédia advinda das atitudes desmedidas mas bem eficazes por parte da turma que os envolve, Augusto, Gustavo, Vivian e Bernardo.

Enfim, O Garoto dos Olhos Azuis envolveu-me por completo, me levando dos risos às lágrimas, dos sustos aos suspiros em questão de páginas, e uma leitura que só não devorei mais rapidamente porque, em parte, queria prolongar um pouco mais a convivência com os personagens com os quais tanto me apeguei e, em outra, também, devido à eventual irritação sentida no final ao ver a Babi e o Ian, de certa forma, caindo numa armadilha tão óbvia que me me deu muita vontade de entrar no livro e gritar com eles por estarem sendo tão impulsivos, mas, enfim, leitura finalizada com satisfação e um total de quatro estrelas, além de uma vontade sem tamanho de pegar a sequência logo em seguida. Recomendo demais!

3 Comentários

  1. Olá!
    Já vi essa capa muitas vezes na minha timeline, mas não fazia ideia do que se tratava, confesso que esperava uma coisa bem diferente!
    É tão doloroso quando nos apegamos aos personagens e o livro acaba, né?

    Beijão
    Leitora Cretina

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  2. Oi Sammy!
    Sua resenha me empolgou, gosto de ler um chick lit leve de vez em quando *-* E tenho curiosidade com a escrita dessa autora, tbm já vi muitos elogios!
    Fiquei curiosa pra conhecer os personagens!
    Bjs
    http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com

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  3. Ooi Sammy, já conhecia o livro porem ainda não li, apesar de achar a capa muito bonita, tem algo no livro que não desperta a minha vontade de ler até o final :| .
    Mas a sua resenha ficou muito boa, bem detalhada e com poucos spoiler!
    beijinhos bom final de semana
    http://bellapagina.blogspot.com.br

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