Título: Doce Sonho Alado;
Subtítulo: Doce Sonho Alado #1;
Autor(a): Sheila Lima Wing;
Editora: Clube de Autores;
Número de Páginas: 249;
Ano de Lançamento: 2013.
Livro no Skoob


- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -


Um crime abala a cidade de Coronel Boaventura: um corpo é encontrado na Biblioteca Municipal (que, aliás, estava trancada pelo lado de dentro), vestido com roupas elegantes e segurando um livro chamado "O Mistério do Caso Boaventura". Espalha-se pela redondeza o boato de que o livro possa estar amaldiçoado pelo fantasma do fundador da cidade.
Enquanto isso, Evangeline Maria Ayler – uma garota de onze anos – e sua amiga Hanna Auster passam a estudar num semi-internato particular, o Instituto Educacional A. W. Sigma. Ambas são garotas simples, moram numa favela, e precisam se desdobrar para se adaptar à nova vida entre os filhos da elite. 
Evangeline logo descobre que há um mistério envolvido nesse convite a estudar no Instituto: o diretor Último Wing, seu tio de consideração, possui questões mal resolvidas com a mãe da garota, parece ser o tipo de sujeito no qual não se pode depositar confiança.
Durante o ano letivo Evangeline tenta resolver vários mistérios, como o caso da morte na biblioteca, um rosto que lhe espia das sombras, um garoto estranho e seu gato peludo; além de vários outros enigmas e questões comuns que fazem parte dos desafios de ser uma pré-adolescente; tudo isso com muita diversão e aventura.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Minha Opinião:

Coronel Boaventura não era bem uma cidade muito tranquila - mas quando, naquele que mais parecia ser um dia rotineiro de trabalho, o bibliotecário é surpreendido com um corpo morto em sua biblioteca logo ao abrir o lugar pela manhã, de repente a agitação rola solta, principalmente na polícia que fica encarregada de investigar um caso cuja única pista é o exemplar do livro "O Mistério do Caso Boaventura" que a vítima portava. Se seguem, então, boatos sobre uma suposta maldição que o livro carregue, mas tudo permanece incerto. Ao mesmo tempo, Evangeline, uma garota de 11 anos que durante toda a sua vida vivera em uma simples favela com a mãe e a irmã mais velha, é surpreendida com a oportunidade repentina de estudar no semi-internato particular privilegiado da região, o Instituto Educacional A. W. Sigma. Uma vez dentro dos muros do colégio, Evie terá de se adaptar à convivência com os estudantes filhos de grandes elites, ao passo que procurará por respostas a um segredo guardado à sete chaves pela mãe e o tio, diretor do instituto, e logo mais, a embarcar no mistério que é o recente assassinato ocorrido na cidade, juntamente com um grupo de amigos tão determinados quanto ela em busca de respostas e verdades não ditas.

Sheila Lima Wing dá início à saga Doce Sonho Alado com agilidade, bom humor e muito mistério rondando os corredores da famosa instituição educacional e o passado da família de Evangeline, nossa então protagonista. Com uma narrativa em terceira pessoa que alterna os pontos de vista entre diversos e alguns muito misteriosos personagens, que fazem parte do semi-internato, a autora nos brinda com uma escrita ágil e fluida que se firma cada vez mais na leitura, e quando nos damos conta da metade do livro, já fica difícil pausar a leitura, tamanha a ansiedade por acompanhar o desenrolar da situação e das sequentes e, por vezes, imprevisíveis cenas e surpresas decorrentes na leitura. 

Não bastasse a narrativa fluida, um dos pontos que mais gostei na leitura, sem dúvidas, foi a postura da protagonista. Não sei vocês, mas eu tive um certo receio de me deparar com uma daquelas personagens que são extremamente certinhas em tudo, que agem mais pelo impulso dos demais do que por si mesma, e acaba precisando passar por muita coisa até, finalmente, ter coragem de lutar por aquilo em que acredita por vontade própria. Ou, no caso desse livro, em busca de respostas para suas (muitas) perguntas. No entanto, fiquei bem surpresa e satisfeita ao me deparar com uma personalidade totalmente diferente dessa em Evangeline. Como protagonista, claro que Evie tem seus bons momentos de optar por aquilo que é o certo, mas ela também sabe ter algumas falas e atitudes naturalmente impulsivas e inconvenientes. O que estou tentando dizer, é que ela é, no fim das contas, uma protagonista equilibrada, que tem seus momentos de timidez, insegurança e medo, bem como seus momentos de descontração, impulsividade e coragem, tudo isso sem descaraterizar a idade da protagonista, de poucos 11 anos, e sem deixá-la previsível demais. Ela tem erros, tem acertos, mas não deixa de ser uma menina, que gosta de se divertir com os amigos e que ama muito sua família, apesar de tudo.

“Sonhos não se destroem por completo, de certa forma cada um estará eternamente unido ao seu dono, só é preciso que a pessoa tenha a legítima vontade de reavivá-lo.” 

Os demais personagens também desempenham seus papéis com maestria. Destaque para o grupo de amigos de Evie, pelas personalidade tão vívidas e divertidas. Sempre animando as cenas, seja com uma simples participação ou com muito apoio moral para a protagonista - mas, claro, também há bons momentos de humor devidamente provocados pelos personagens. Alguns deles, inclusive, que logo em sua primeira cena é possível tirar conclusões precipitadas sobre quem ele poderá vir a ser, mas que se mostram quase tão verdadeiro quanto os demais, como Magda, que me surpreendeu bastante. Grégor, também, foi outro que me cativou com seu jeito meio descontraído e despreocupado, mas que internamente se preocupa - e muito - com os seus amigos. Só fiquei um pouco reticente com a Kiara, a então japonesa do grupo e, no entanto, conhecida como fofoqueira, título que lhe faz jus totalmente. Ela me irritou bastante em alguns momentos, por querer se intrometer em assuntos que não diziam qualquer respeito à ela, mesmo se fossem questões pessoais ou familiares dos próprios colegas, chegando, em alguns momentos, a usar de métodos equivocados para extrair as informações que tanto queria. Mas, sim, eu reconheço seu mérito em alguns outros momentos, sendo, também, uma das personagens mais empenhadas da trama, muito embora inconveniente em algumas situações.

“— Todos nós nascemos com o potencial para o amor e para a guerra. O que difere os indivíduos ditos bons ou maus é apenas o lado de si que cada um decide alimentar durante sua vida.” 

Mas nada disso, porém, se compara ao diretor Último Wing, que definitivamente merece um trófeu de "Personagem mais enigmático já criado". Sem brincadeira, esse diretor, além de misterioso, é muito, digamos, instável. Se até a metade do livro eu simpatizei muito com ele em seus momentos mais descontraídos, da metade para o final, o lado mais sombrio, mais recluso do diretor apareceu e eu compreendi que, sem sombra de dúvidas, ele consegue ser um dos vilões (?) mais imprevisíveis e indecifráveis com os quais já me deparei em um livro. Sheila foi tão cuidadosa e sutil ao desenvolver sua personalidade, falas e atitudes, que é simplesmente impossível, apenas no primeiro livro, determinar o rumo desse personagem, ou mesmo cogitar o que ele é capaz ou não de aprontar ainda nos volumes seguintes, o que dá um certo medo pelo o que pode vir nos demais livros, mas que, também, não deixa de ser um grande mérito e trunfo da autora para com a saga. E acredito que, de todos os misteriosos a serem desvendados na saga, esse personagem será o maior de todos eles.

Todavia, como nem tudo são flores, as cinco estrelas só não foram completas devido algumas breves ressalvas que farei a seguir. Apesar de ser o primeiro livro da série e ter uma boa dose de informações a se ingerir à respeito de alguns personagens e mesmo sobre o instituo, o enredo é fluido e muito gostoso de acompanhar. No entanto, isso não deixou passar despercebido alguns bons momentos em que a autora acelerou um pouco algumas cenas, e mesmo, encerrou algumas delas de uma forma um tanto repentina, ou meio vaga. Isso quebrou um pouco o clima e o ritmo da cena que se desenrolava e para iniciar a cena seguinte, já dava uma certa diferença, devido a rapidez com que se desenvolveu e passou de um momento/personagem para outro. Para algumas pessoas, ok, sei que pode não fazer uma grande diferença, mas esses cortes soaram um pouco abruptos para mim em alguns momentos, e eu me incomodei um pouco.

Mas, apesar disso, Doce Sonho Alado não perde o brilho próprio que possui, sendo um enredo muito bem construído, com personagens ainda mais bem desenvolvidos e muito cativantes, que ganha o leitor pelo mistério e a escrita leve e fluida. Mas cuidado! É bom que tenha o livro dois já em mãos quando iniciar essa leitura, pois o final denso e inesperado deixa uma grande pergunta a ser respondida já no livro dois, e que, tão provavelmente, será apenas uma das primeiras situações inusitadas as quais a pequena Evie terá que enfrentar.

Sigam-me no Skoob e acompanhem minhas leituras - Sâmella Raissa
e/ou
Sigam meu twitter e fiquem por dentro das novidades do blog - @samellabridges

Um Comentário

  1. Oi Sammy!!!

    Desculpe a demora para passar aqui, fui levar minha gatinha mais nova na vet para tomar vacina e só voltei agora... hehe.
    Muito obrigada mesmo pelas lindas palavras! Você demonstrou grande sensibilidade na resenha, aprecio muito isso, de verdade! Toda vez que leio uma resenha fico surpreendida com a quantidade de pontos de vista diferentes. Pena que não dá para ver a minha cara de boba lendo uma coisa dessas...
    Vou guardar todas as palavras bem no fundo do meu coração. Já estou doida para saber a sua opinião sobre o DSE!!!

    Beijinhos Alados ♥

    ResponderExcluir

Obrigada por ler o post!
- - - - - - - - - - - - - - - - - -
ATENÇÃO:
- Não use vocabulário impróprio;
- Não aceito Tags e Selinhos;
- Não aceito comentários que não tem nada a ver com o post.
* Comentários assim serão devidamente excluídos e eu não retribuirei visita.
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Deixe o link do seu blog no final do comment para que eu possa retribuir a visita. :)

Bjos...