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Minha Opinião:

Melissa é uma eterna romântica e sonhadora. Apesar disso, ela nunca teve muita sorte no amor, o que explica o tanto de ex-namorados que ela já teve, mesmo estando, agora, com apenas 19 anos. Recém-saída de mais um desses relacionamentos, porém, ela está decidida a dar um tempo e deixar a sua vida amorosa andar com mais calma. Mas isso só dura até o momento em que ela coloca os olhos em Ricardo, primeiramente, na rua, após ser salva pelo rapaz de um assalto, e quando as coincidências tratam de uni-los em um dia qualquer enquanto ela precisa cumprir um pedido do pai em um escritório de advocacia da cidade, ela decide que não pode deixar a oportunidade escapar e resolve se aproximar cada vez mais do moço.

Nesse mesmo tempo, porém, ela não esperava se deparar novamente com Mateus, seu então melhor amigo que estivera fazendo faculdade de Medicina em outra cidade e está de volta para aproveitar as férias de fim de ano. Ao mesmo tempo em que Mel se vê mais e mais envolvida com Ricardo, Mateus parece estar sendo cercado por Sabrina novamente, garota que Mel desaprova totalmente, e antes que ela possa firmar seu relacionamento atual, o que antes era apenas um incômodo passa a transformar-se em ciúmes... do melhor amigo.

“— Você é única e sabe disso, né? Ninguém vai tomar seu lugar — ele me abraçou, mas, ao contrário das outras vezes, fiquei um pouco tensa.
[...] Se eu sabia que era única? Lógico. Duas Melissas no mundo ninguém iria aguentar [...]” 

Por entre a narrativa leve e delicada de Iris Figueiredo, seguimos pela visão em primeira pessoa de Mel, conhecendo seus pensamentos e encarando seus desabafos sobre suas frustrações amorosas, até o momento em que Ricardo surge em sua vida. Apaixonada e romântica como ela é, logo se encanta pelo cavalheirismo e gentileza parte da postura do rapaz, e o envolvimento é inegável e não tarda. No entanto, a partir do momento em que Mateus retorna à sua vida e Sabrina, ex-namorada dele e a única com quem Mel ou sua melhor amiga Rebeca nunca conseguiram se dar bem, resolve fazer charme para ele novamente, os sentimentos da nossa protagonista começam a sair dos eixos e ela simplesmente passa a desconhecer o próprio coração e sentimentos. Seu envolvimento com Ricardo cresce, mas, ao mesmo tempo, Mateus passa a rondar seus pensamentos tão logo ela percebe que ele também passa a olhá-la diferente quando está por perto.

Não demorou muito para eu ser cativada pela escrita da autora, que, por sua vez, já conhecia do conto Contagem Regressiva (presente na antologia Meu Amor é um Anjo, da Editora Draco). Todavia, a leitura ainda se arrastou um pouco, a princípio, devido à protagonista, que apesar de seu jeito de garota romântica e sonhadora, irritou-me bastante por se entregar tão fácil e rapidamente a supostos sentimentos por um novo rapaz tão logo o conheceu, e isso quando ela já havia se mostrado decidida a não cometer o mesmo erro. Por causa disso, o romance desenvolveu-se de uma forma um pouco rápida demais e foi um pouco difícil acompanhar o desenrolar da situação, principalmente quando Ricardo, apesar de ter todos os requisitos para ser um verdadeiro príncipe, não conseguiu me cativar tanto quanto esperei ser possível.

“[...] ficamos ali até o dia amanhecer, sem dizer nada — e nesse silêncio, dizendo tudo.”

Quando Mateus adentra à história, porém, a situação mudou de figura. Vocês já devem saber que eu tenho uma queda por casais que, antes de serem propriamente namorados, eram melhores amigos, então foi natural que eu me envolvesse mais rapidamente com ele, sem precisar de muito esforço e que não demorasse muito até eu estar definitivamente virando #TeamMateus no decorrer da história. Não apenas por isso, mas, também, porque, como melhor amigo da Mel, ele já a conhecia muito bem e sabia compreendê-la de formas que nem mesmo os pais dela conseguiam, em alguns momentos, e mais ainda, por ele ser um personagem simples, sem quaisquer dotes de perfeição, sendo puramente o amigo companheiro e brincalhão, por vezes, também, encantador, que convence pelo seu jeito natural de ser e de agir. Nada contra os príncipes, eu continuo apaixonada por vários; é só que, por muitas vezes, um bom mocinho com características mais comuns consegue me cativar ainda mais, não pela sua aparência e descrições, mas, sobretudo, por sua personalidade, e o Mateus foi um desses mocinhos.

No geral, Dividindo Mel é uma daquelas histórias meigas e doces que, apesar de clichê, envolve o leitor na medida certa, com um enredo bem desenvolvido e bons personagens. Ressalvas, como já citei, ao desenvolvimento rápido do romance e algumas poucas cenas um tanto quanto curtas ou automáticas demais, mas nada que baixe o potencial e o valor da história. Mais uma indicação para os românticos de plantão, e mal posso esperar para ler o livro da irmã da Melissa, a Mariana, Confissões On-line.