Título: Papel, Caneta e Ação;
Autor(a/s): Aimée Oliveira, Clara Savelli & Thati Machado;
Editora: Kindle (Publicação Independente);
Número de Páginas: 103;
Ano de Lançamento: 2014.
Livro no Skoob


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Cinderela, Lucy e Ana Luna.
A pessimista, a sonhadora e a antissocial.
Três jovens de pouca idade que estão em vias de alcançar o esplendor profissional e amoroso em suas vidas logo cedo. O problema é que nesse caminho nem tudo são flores.
A forma como suas histórias se cruzam é mais enrolada que carretel de linha. E não é para menos, afinal, suas vidas viram de cabeça para baixo e antes que possam assimilar, elas já estão compartilhando um sonho, que além de ser um divisor de águas em suas vidas, também lhes renderá um belo presente: a amizade!
E que melhor momento para selar essa união, que não na festa de ano novo?

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Minha Opinião:

Lucy nunca pensou em escrever profissionalmente. Porém, quando sua amiga Roxy publica suas histórias em um fórum na internet, a carreira da jovem escritora começa antes mesmo de ela saber, e quando se dá conta da verdade, já está imersa entre sessões de autógrafos e fãs histéricas e igualmente apaixonadas pelo mocinho de seu romance, o Zac. Com a publicação e uma então proposta de adaptação para o cinema, a moça se vê realizando sonhos que nem mesmo sabia que tinha. Ela só não sabia que outras duas garotas também estariam embarcando nesse sonho e realizando-se profissionalmente, cada uma a seu modo. Só que, bem, nem tudo são flores, e elas precisarão correr, por conta própria e determinação, até o desfecho em pleno ano-novo.

Em Papel, Caneta e Ação, temos uma união arrasadora de três autoras pra lá de talentosas e dedicadas. Cada uma é responsável por uma personagem e uma história em particular que, ao final, se entrelaçam em um desfecho imperdível e mais que especial em pleno ano-novo. Eu, primeiramente, já conhecia a narrativa da Clara e a da Thati, e à propósito, foi ótimo rever o mesmo estilo e desenvoltura de ambas impressos em suas respectivas histórias; Aimée, por sua vez, eu não conhecia, mas gostei muito desse primeiro contato com a escrita da autora, também, e espero poder conferir mais histórias suas. E, para não perder detalhes ou foco de cada uma das histórias, aqui vai uma mini-resenha separada sobre cada uma delas, então, desde já, me desculpem se a resenha sair um pouco grande, rs.

A primeira história, Num papel passado, de Aimée Oliveira, centraliza o início de toda a nossa trama na visão da jovem Cinderela, ou Cindy, como bem prefere. Ilustradora e desenhista, estava com a carreira conturbada até o momento em que, após acompanhar a publicação dos capítulos do livro de Lucy em um fórum, resolveu colocar suas emoções no papel e, após divulgar a ilustração na internet, não demorou muito até que recebesse elogios e a dita cuja se transformasse na capa oficial do livro, então publicado. Vivendo seus primeiros dias do que ela espera ser o começo de seu sucesso profissional em um escritório de verdade, ela conhecerá Thomas Felton, seu então chefe e um sisudo homem de negócios que vive a fachada construída pelo escritório que dirige, herdado de seu pai. Não muito conhecedor das cores, terá a chance de colorir um pouco mais a própria vida à medida que Cindy se firma ainda mais próxima à ele.

“Tem coisas que a gente consegue dizer sem precisar falar. Sei disso porque eu tentava dizer coisas com os meus desenhos. Às vezes funcionava.”
- Num papel passado -

O conto de Aimée é leve e bem humorado, narrado por uma personagem que, apesar da característica pessimista, não deixa de cativar o leitor por ser um tanto atrapalhada e desengonçada quando o foco está direcionado à ela. Cindy não deixa de acreditar em seu potencial e, apesar dos altos e baixos anteriormente sofridos por não aceitarem sua profissão, ela não desiste e continua seguindo em frente, por mais que se abale em alguns poucos momentos. Thomas, por sua vez, é o mocinho imprevisível pelos quais gritamos e suspiramos em diferentes momentos, que aos poucos precisa rever seus conceitos e sua postura ao se deparar com uma moça tão descontraída como Cindy. É uma história leve e visivelmente curta, que, no entanto, cumpre com o seu objetivo e entretém o leitor na medida certa, além de ter personagens igualmente cativantes e carismáticos, e um romance bem meigo.

Na segunda história, Caneta na mão, problemas no coração (ou algo assim, mas menos brega), de Clara Savelli, nos deparamos com a responsável por Escrito na Areia e tudo o mais que se desencadeia após a publicação do livro, a Lucy. Ela certamente não esperava ser uma escritora de tanto sucesso sendo tão jovem, mas aproveita cada segundo da realização de seu sonho, por mais louco que tudo pareça ser em alguns momentos. Quando há a proposta de adaptação cinematográfica do livro, então, aí sim sua vida irá dar um giro de 360 graus, enquanto ela não apenas tenta se manter distante dos holofotes inconvenientes e inusitados, como, ironicamente, ter que suportar a presença constante do diretor do filme, Nathaniel Banoter, que adora provocá-la com atitudes distintas dentro e fora do set de gravação.

“É quase como se eu estivesse apaixonada. Vendo tudo colorido, achando graça em tudo. Só que sem a parte do final. Sem a parte em que todo o doce se torna amargo. Acho que estou mesmo apaixonada. Sinto-me apaixonada pela vida.”
- Caneta na mão, problemas no coração (ou algo assim, mas menos brega)

Admito que, ao saber desse livro, uma das minhas maiores expectativas era conferir qual história a Clara iria desenvolver e como o faria, e concluo, feliz, que essas expectativas foram devidamente sanadas no decorrer dessa leitura. Sendo o maior e mais bem desenvolvido conto de Papel, Caneta e Ação, pela narrativa leve e ágil de Clara, a história de Lucy encanta o leitor pela característica sonhadora das cenas e todo o clima de 'sonhos se realizam' que paira durante a leitura. A protagonista é daquelas bem humoradas e pé no chão, por mais que tenha seus surtos em alguns momentos, com a pressão constante ocorrendo dentro e fora do set, por causa da mídia. Junto a ela, temos então a presença de Nathaniel, ou Nate, que definitivamente arranca muitos suspiros pela seu gênio forte e personalidade imprevisível, mas não menos galanteador, quando quer. Eles são a caracterização clichê do casal que convive entre tapas e beijos, mas o amor está no ar, e eles não estarão imunes à ele. Essa foi, de longe, a minha história preferida do livro, e a leitura é concluída com um gostinho de quero mais.

Na terceira e última história, Finalmente, ação!, de Thati Machado, acompanhamos a jornada da jovem Ana Luna em busca do tão sonhado sucesso na carreira artística - o que, na verdade, ela não tem obtido desde que se mudara do México para Nova York, já há alguns meses. Ela já achava que iria ser despejada do seu apartamento e precisar fazer suas malas de volta para casa até que, porém, ela recebe uma chamada de última hora para fazer o teste para interpretar a protagonista da então adaptação de Escrito na Areia. Não demora muito até ela ter a certeza de que, depois de tanto tempo, sua hora de brilhar finalmente chegou, mas, ao mesmo tempo que se deparará com momentos e pessoas incríveis, ela também terá de encarar o preço de toda essa fama.

“A mentira fere em longo prazo e corrói pouco a pouco, enquanto a verdade nos machuca uma única vez e nos fortalece.”
- Finalmente, ação! -

Em sua história, Thati Machado, com sua narrativa ágil e sem rodeios, nos apresenta uma trama com um pequeno diferencial, que certamente surpreende o leitor pelo romance inesperado. Acompanhamos a caminhada de Ana Luna no início de sua carreira, o tempo inteiro sob os holofotes e, então, convivendo com a realidade comercial que o seu sonho na verdade é, mas encontrando apoio sempre que necessário nas presenças assíduas de Ariana e Ethan, respectivamente, a vilã e o seu par romântico em Escrito na Areia. É, provavelmente, a história mais curta do livro, mas nem por isso deixamos de ter um desenvolvimento muito bem feito, além de uma reflexão indireta sobre o lado obscuro da fama, isto é, as aparências mantidas sob os holofotes e as consequências destas. Apesar do foco ser em Ana Luna, o acompanhamento de Ariana e Ethan são tão constantes que suas visões do momento e personalidades permanecem muito bem firmadas na história, o que envolve o leitor ainda mais, e o desfecho, apesar de breve, ocorre na medida certa.

No geral, cada história, a seu modo, envolve o leitor de uma forma e em clima diferente, mas sem deixar de lado o clima natural de sonho e romance que paira durante o livro inteiro. Por fim, acompanhamos o epílogo, que finaliza cada uma das histórias com um toque mais que especial de ano-novo, e que, no fim das contas, deixa um gostinho de quero mais pelas histórias e seus personagens. É, sem dúvidas, uma leitura muito recomendada, que certamente te deixará sonhando acordado após seu desfecho, e que encanta pela sua gama de personagens cheios de personalidade.

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3 Comentários

  1. Sammy! Que felicidade é ver outra obra minha por aqui <3 E dessa vez com duas amigas queridas e mega talentosas!
    Adorei a resenha e desde já agradeço por todo seu carinho e apoio!
    Fico feliz que a Ana Luna tenha gerado uma reflexão sobre todos os aspectos da fama também... Eu, enquanto fã, sempre achei a questão muito importante!
    Cindy e Lucy são demais *-* Fico feliz que tenha se apaixonado por elas, como eu também me apaixonei!

    Grande beijo ♥

    Thati Machado;
    http://nemteconto.org

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  2. Sammy, de novo, você surge com essas resenhas maravilhosas que alegram meu dia/minha semana/meu mês/minha vida.

    Obrigada pelo carinho de sempre, mais uma vez ♥

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  3. Awn, adorei! Eu me apaixonei pela Ana Luna e a forma como os contos se interligam de uma forma divertida e fofa!

    Adorei conhecer o seu blog =)
    http://quasedemanha.com

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