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Minha Opinião: 

Amanda Horstmann é uma garota apaixonada por futebol, e, consequentemente, a única jogadora feminina do time de futebol do colégio onde estuda. Mas, inesperadamente, ela é expulsa do time e vê seu sonho futebolístico ruir repentinamente. Ao mesmo tempo, descobre uma VHS antiga de sua falecida mãe e a existência de uma música feita por esta para o seu pai, e de repente o foco de Amanda passa do futebol para a canção. A garota almeja poder recuperar o sorriso de antes de seu pai, e tem a música como a resposta para isso, só que... ela não sabe tocar violão. É quando Fernando Amargo, ex-guitarrista de uma banda de rock e filho do seu ex-treinador de futebol, cruza seu caminho. Ele precisa de aulas de futebol - ela precisa de aulas de violão. Os dois acabam por decidir-se por ajudarem-se, em um prazo de 281 dias que resultará em um Novembro agitado e tão aguardado por Amanda, quando ela poderá enfim ter a chance de conhecer a mãe que nunca teve.

“A vida tem essa mania estúpida de fingir gostar de você até que resolve te virar do avesso como se tudo não passasse de uma velha e boa pegadinha. Por quê? Eu nunca vou saber.”

Sabe as histórias clichês? Pois é, eu amo elas! Mas sabe da melhor? Novembro é um daqueles clichês inovadores que ganha o leitor aos poucos. Vanessa S. Marine, com uma narrativa fluida, leve e descontraída, nos apresenta um enredo por vezes clichê, mas dotado de personagens cheios de personalidade e muito carisma. Durante a leitura, vamos dos risos às lágrimas sem precisar de esforços, e tudo flui tão naturalmente como se fosse a história da nossa própria vida.

Quando vi a sinopse, me interessei um pouco pelo livro. Poxa, romance e música são duas coisas que eu particularmente adoro quando juntas em um livro, mas eu sinceramente não estava preparada para ser tão cativada pelo livro como eu realmente fiquei ao concluir a leitura. Simplesmente porque, como já disse, Novembro é uma leitura clichê recheada de ótimos e cativantes personagens, com uma narrativa que se segue, a todo momento, muitíssimo fluida e que não dá a mínima vontade de parar de ler. Até mesmo o adicional do futebol, que eu achei que fosse ser a única parte cansativa para mim na leitura já que não gosto de futebol, foi tão bem desenvolvido, na medida e maneiras certas, que a leitura ficou muito mais ágil e cativante como eu realmente não esperava que fosse ficar. Foi, sem dúvidas, uma grande e ótima surpresa literária!

“Minha memória me lembrava a todo instante de todos os momentos bons que tivemos, e, quando eu tentava me lembrar dos ruins, eu simplesmente não os encontrava. Era como se até os momentos ruins também tivessem sido bons, e essa conclusão me fazia chorar ainda mais.”

À respeito maior dos personagens principais, temos, então, a protagonista Amanda. Ela é uma garota comum de 17 anos que vive apenas com o pai, desde que perdera a mãe ainda recém-nascida. Ela adora futebol e sentia-se realizada por jogar no time do colégio, mas isso terminou tão cedo quanto começou, para sua tristeza. Foi muito bom poder acompanhar a narrativa em primeira pessoa com uma personagem que definitivamente tem humor e não carrega as típicas frescuras e lamentações adolescentes presentes em alguns livros YA. É fato que, claro, ela tem seus conflitos internos, principalmente quando relacionado aos seus pais, mas ela é uma protagonista cheia de personalidade. Além disso, é uma filha dedicada, e é lindo acompanhar todos os seus esforços para recuperar um novo grande sorriso de seu pai. Não bastasse isso, porém, também temos uma das minhas partes favoritas do enredo, que foi a amizade extremamente forte e sincera de Amanda com os irmãos Pedro e Gabriel. Eles cresceram juntos, e criaram um laço tão sincero, tão bonito, tão incrível, que é impossível terminar esse livro acreditando ainda na ideia de que meninos e meninas não podem ser amigos sem que haja segundas intenções por trás. Amanda, Pedro e Gabriel são a prova de que essa amizade existe, sim, e pode ser muito verdadeira se for bem cuidada!

O romance, por sua vez, foi um ponto que se desenvolveu com cautela. Acompanhamos as aulas de violão e futebol decorridas entre Amanda e Fernando, e sem essa se instalove! Acompanhamos o surgimento de todo o sentimento entre o casal e a forma como eles lidam com isso. Fernando, apesar da postura sisuda e arrogante, aos poucos, vai revelar-se um rapaz mais doce e sensível, conquistando nossa protagonista cada vez mais. E, nesse ponto, porém, também adorei o fato de que os personagens são colocados como pessoas propriamente comuns. Quer dizer, eles não são descritos como maravilhosos e perfeitos e lindos; possuem defeitos e qualidades que são perceptíveis durante a leitura, e de repente tudo se segue com uma naturalidade e identificação tão firmes que é impossível não se apaixonar pelo livro. Se não o enredo, os personagens, com certeza, vão te cativar tanto quanto a mim!

“Família é para sempre. Não importa a distância, o tempo... As consequências desse laço sempre estarão ali e nem a morte pode quebrar isso. Nem a morte separa uma família de verdade.”

No mais, só posso dizer que Novembro me surpreendeu e me conquistou. Eu não esperava que pudesse encontrar uma história tão bem escrita, tão bem desenvolvida, e tão bem habitada! Definitivamente, entrou para a minha lista de favoritos, e, tratando-se de uma série, mal posso esperar para ler os demais livros, ao passo que também espero que a autora consiga manter esse ritmo único visto e apreciado em Novembro.