Título: Reiniciados;
Trilogia: Reiniciados, vol. 1;
Autor(a): Teri Terry;
Editora: Farol Literário;
Número de Páginas: 432;
Ano de Publicação: 2013.
Livro no Skoob


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As lembranças de Kyla foram apagadas, sua personalidade foi varrida e suas memórias estão perdidas para sempre. Ela foi reiniciada. Kyla pode ter sido uma criminosa e está ganhando uma segunda chance, só que agora ela terá que obedecer as regras. Mas ecos do passado sussurram em sua mente. Alguém está mentindo para ela, e nada é o que parece ser. Em quem Kyla poderá confiar em sua busca pela verdade?

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Minha Opinião:

A palavra-chave do livro é: desconfiança.

O que fazer quando se vive em um mundo onde você não pode confiar em mais ninguém, senão em seu próprio coração? O que fazer quando seus passos são monitorados e um simples gesto fora de hora pode lhe custar a memória? E o que fazer, principalmente, quando você não sabe quem você é de verdade?

Num passado não tão distante, milhares de jovens saíram às ruas para protestar e manifestar contra determinadas situações decorrentes por causa do governo, mas à medida que a situação se agravava, estes mesmos jovens acabavam por assumir posições cada vez mais violentas e, no fim das contas, foram julgados criminosos. Ao dar um basta na situação, porém, o governo não previu que fossem tantos jovens a participarem do movimento, e, na tentativa de preservar essas pessoas, eles lhes deram uma segunda chance, apagando suas memórias e os fazendo "renascerem" novamente para o mundo então que eles - os Lordeiros, o governo - construíram. Kyla é um desses jovens, que desconhece totalmente seu verdadeiro eu e que luta para, então, se ajustar em um mundo onde um passo fora da linha pode custar-lhe a vida - ou a memória. Esse universo, de certa forma, poderia ser julgado como perfeito quanto à ordem, mas há divergências e casos extras que recebem supervisão maior, como, por exemplo, movimentos terroristas como o TAG, que deixam a população cada vez mais sobre a angústia e o medo, e, de forma silenciosa, à espera de uma maneira de quebrar as barreiras dessa sociedade.

Essa é uma das primeiras distopias que leio, senão a primeira, e desde já estou impressionada com o modo como Teri Terry nos conduz a uma história tão rica em detalhes e uma escrita tão boa. De forma calma, porém sombria, ela nos apresenta um mundo de incertezas dotado de obscuridades em todos os lugares possíveis, com personagens instigantes e uma protagonista visivelmente forte, mas um tanto quanto insegura. Kyla Davis, desde o primeiro momento em que acorda como reiniciada, vê a seguinte característica: ela é diferente dos demais reiniciados. Ao contrário de agir como a maioria, aos sorrisos bobos e obediência extrema, ela é do tipo questionadora e observadora, e logo essas características lhe fazem ser igualmente supervisionada por todos ao seu redor. E, como se sua vida já não fosse suficientemente difícil e minuciosa, ela ainda se vê recebendo lampejos de acontecimentos em seus pesadelos. Memórias de quem um dia ela foi, talvez? Ela não tem certeza ainda sobre isso. Mas ela tem uma outra certeza: ela não pode confiar este segredo à ninguém.

"- O que fazemos agora? - pergunto.
- Não quero que nada de ruim lhe aconteça. O que você acha?
- É porque você é um Reiniciado. Isso faz você querer continuar, fazer a coisa certa, fazer o que é esperado."
- Página 318

Eu me meti numa onda muito intensa dotada de agonia, intriga e suspense ao ler este livro; nada é, no fim das contas, o que aparenta ser, tudo é apenas aparência para manter um padrão de vida imposto de forma não-opcional e imediata, então cabe a esses cidadãos viver suas respectivas vidas em um medo e inseguranças constantes. Nessas - várias - horas, me vi sentindo exatamente dessa forma, como eles, sofrendo por cada palavra lida e situação passada por eles, e isso só me deixava mais ainda encantada com a autora. Teri Terry foi muito precisa na hora de criar e desenvolver uma história inovadora onde os sentimentos dos personagens são palpáveis, e em um determinado ponto, você se sente tão dentro da história que quer mais é gritar e querer resolver as coisas a todo custo. Mas não é tão simples assim. Simplesmente porque, da mesma forma que ela soube dosar o mundo em que Reiniciados se passa, ela ainda conseguiu deixar o leitor totalmente desconfiado com ela mesma.

Nenhum personagem, no fim das contas, é confiável o suficiente, não importa quem seja, de onde venha, o que faça da vida. Cada um vive sob aparências, então o interior é desconhecido por todos. E isto podia ser, ao menos, um ponto positivo para a privacidade, mas no caso dos Reiniciados, o governo já tomou suas próprias medidas para vigiá-los. Este, sim, é um daqueles livros cujos laços da história estão interligados das mais diferentes formas, provocando as mais diferentes reações e, no fim do livro, você se pergunta a velha frase: o que vai acontecer agora? E, bem, você até pode imaginar diversas hipóteses para a conclusão dela, mas, como já disse antes, a palavra-chave para esse livro é desconfiança, então não espere, a toda hora, acontecimentos comuns ou decorrentes em outras distopias. A autora sabe pegar o comum e desenvolvê-lo de uma forma irreconhecível, e, assim, criar uma história original e completamente instigante.

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2 Comentários

  1. Eu amei, amei, amei esse livro e Fragmentada é melhor ainda *o* Mega ansiosa pelo último volume rs. Realmente, desconfiança é a palavra para esse livro. :)

    http://nerdicesdeumagarota.blogspot.com.br/

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  2. Esse é um livro que está na minha lista de desejo, mas vou esperar a série estar toda completa antes de comprar. E minhas expectativas está em cima com a trama.

    Beijos,
    Bibliotecando com a Cris

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