Antigamente, a leitura ainda era um pouco restrita. Não se tinha tantas obras para crianças e adolescentes como temos hoje; eram basicamente Maurício de Sousa, Monteiro Lobato, entre outros velhos clássicos infantis que todos já conhecem. Hoje em dia, porém, isso mudou, com o crescimento da galera blogueira, muito disposta a ajudar os novos autores a divulgarem suas respectivas obras; um apoio crucial para o incentivo à literatura em modo geral, levando em conta que hoje se é possível ter diversas opções de gêneros incríveis e instigantes que cativam a muitos.

Uma etapa foi superada. Mas a questão principal também se trata da leitura propriamente dita. O Brasil, muitas vezes, acaba por ficar conhecido no exterior como um país que não lê muito. Desde já, portanto, temos de mudar tal imagem, e nada melhor do que começar com o estímulo básica da leitura quando se é pequeno. Desde os gibis aos livros fininhos infantis, a leitura começa por aí, e vai se expandido de acordo com o crescimento do ser humano. Em homenagem ao Dia Nacional do Livro Infantil (que foi há uns dois dias atrás, mas ainda vale), que tal conferir uma indicação literária especialmente para os pequeninos?

Título: Olhando para Dentro;
Autor(a): Alina Perlman;
Editora: Saraiva;
Número de Páginas: 47;
Ano de Publicação: 2003.
Livro no Skoob

    
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Ao saber que o avô estava se mudando para a casa da família, Fernando se revolta. Dividir seu quarto com ele? Nem pensar. Mais tarde, arrependido, Nando compra, com suas suadas economias reservadas para ter o seu próprio aparelho de som, um gravador onde o avô possa gravar suas memórias. Instalado de maneira improvisada na garagem, participando da rotina familiar, o avô aos poucos reconquista o neto, e com a ajuda deste grava impressões sobre a vida. O "olhar para dentro" do avó se transforma num depoimento emocionado, e suas histórias vão permanecer para sempre na memória da família. Esta obra resgata o respeito ao idoso, sua atuação na família e na sociedade, suas fraquezas e limitações e sua relação com as crianças. 

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Minha Opinião:

Sabe aquele livro que, apesar de simples, fino, infantil, pequeno, é capaz de nos passar uma mensagem que vale para a vida toda? Pois é.

Eu era pequena quando li o livro pela primeira vez. Mais ou menos aos 7, 8, 9 anos, e fui a um sebo da minha cidade, juntamente da minha mãe. Eu estava meio que começando a me interessar por leitura, depois de ter devorado tantos gibis da Turma da Mônica antes disso, e acabei levando "Olhando para Dentro" sem maiores expectativas. O que me chamou a atenção mesmo foi a capa, adorava desenhos e o colorido dessa imagem foi um pouco chamativo. Mas confesso que eu nem liguei tanto na história; na verdade, li o livro sem nem saber da sinopse direito, e acredito que eu não tinha muitas expectativas com o livro.

Foto da autora.
O avó de Fernando acaba de se mudar para sua casa, depois de ter sido visto pela filha, Marta, mãe de Fernando, como limitado de viver sozinho em seu velho apartamento, agora que sua esposa já não está mais viva. Uma ideia inicialmente simples acaba se tumultuando brevemente após as reclamações de Nando, que não aceita dividir o quarto com o senhor de idade. Porém, após alguns breves contatos iniciais entre neto e avô, a amizade que ambos tinham anteriormente vem à tona, e a história se desenvolve lindamente a partir de então, quando Nando decide ajudar o avô a guardar suas memórias de vida gravando-as em um gravador, levando-nos a momentos de comédia e emoção incessantemente.

Página 11.
Como podem ver, a história em si é bem básica. Um conflito familiar provocado pela mudança do avô para a casa da filha, e todos os demais conflitos que lhe sucedem devido a idade avançada do senhor, que ainda insiste em tentar virar-se sozinho. Mas, com ilustrações divertidas e uma escrita super fluída e leve por parte da autora, Alina Perlman, "Olhando para Dentro" deixa de ser mais uma história infantil para se tornar uma história infantil com potencial e mensagens que deveriam, não só serem lidas e observadas por crianças, como também por jovens e adultos. 

Página 30.
 O meu exemplar já está um pouco gasto, visto que o tenho há mais ou menos seis, sete anos, e lembro de já tê-lo lido várias vezes desde então. A relação de amor desenvolvida entre neto e avô é muito linda e serve de exemplo para os demais em vida real, como também a relação familiar de amor como um todo, principalmente no que diz respeito ao Seu Osvaldo, já fragilizado pela idade, mas que, ainda assim, se mostra alegre e receptivo a vida em si, sem se preocupar com o amanhã, apenas com o agora

Certamente, uma bela história a ser lida tanto por crianças como por adultos, com o conceito básico e verdadeiro do amor em um grupo familiar de três gerações, reveladas no decorrer das memórias do avô, seja com momentos alegres ou tristes de família, desde sua infância à vida adulta, sempre encarando as situações com bom humor e pensamento positivo.

Simplesmente, um livro infantil que vale a pena ser lido por todos.

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